A vida me mostra tantas coisas! Tantos desafios!
Que eu mesma não consigo entender, como tudo ocorreu naquele trágico dia do acidente.
Passei praticamente cinco anos morta, em cima de um leito esperando a tempestade que havia se instalado, acabar.
Quando eu sentia fortes dores, imensas dores chegavam até mesmo que gritar por não suportá-las; é quase não as suportei.
Muitas vezes cheguei a imaginar que ficaria com elas por resto de minha vida. Que nunca teriam fim às lesões na minha coluna e que poderiam atrapalhar meu viver.
O tempo ruim e a chuva, foram passando e os anos também, bem rápidos, porém foram tão marcantes.
A cada fisioterapia, a cada consulta com meu ortopedista, eu via que meu quadro seria ficar dependente das pessoas, de remédios, por resto de minha vida. No entanto, a doença regredia e fui superando as tristezas. Uma delas, a maior, era a de permanecer numa cadeira de rodas inútil e incapaz.
... Começo a viver e vivendo, vou passando por desafios. Foram muitas lutas, idas ao hospital as hidroterapias... Muitos colos...
Enfim...
Até que um dia em que tudo começou a mudar a deslanchar... Algo superior e divino me dizia:
"-Está na hora menina de seguir em frente, lutar, superar e progredir."
Os movimentos das pernas voltavam bem lentamente e incrivelmente de uma maneira absurda eu podia sentir a vida nelas novamente. Além das dores que estavam mais amenas.
Os remédios que tomava de 8 em 8 e de 12 em 12, não eram tão presentes mais!
É eu estava começando a vida! Nascendo para ela...
Então...
Começo a querer voltar aos meus planos, aos estudos ao meu trabalho. Logo, passo no vestibular e no dia que recebo a noticia que vou fazer pedagogia pela UEG, quase morro de tanto chorar agradecendo a Deus por uma vitória, essa vitória, mais uma!
As coisas foram passando, as lutas e os desafios então ainda no meu caminho, mas por tudo que passei, digo que não estou aqui por acaso. Uma força me dizia que eu ainda iria vencer, e eu acreditava nisso, mesmo quando tinha tantas dores e também quando andar seria através de rodas ou por meio de pessoas.
Até hoje tenho traumas de cadeiras de rodas. As pessoas nos vêem, como um ser sem cérebro. Meu Deus!
Durante esses 7 anos, apareceram pessoas-anjos, que me ensinaram muitas coisas importantes e que me fizeram refletir para o que é a bondade na vida, passaram-me muitos valores que ainda sigo.
Meu jeito de viver a vida agora, esta voltado a uma maneira de viver intensamente a todo minuto.
Quando imagino nos dias que passei internada no hospital entre a vida e a morte e hoje esta aqui em meu quarto digitando esse texto com toda a satisfação do mundo, ah me sinto realizada!
Digo: é boa a vida! Mais ainda e ter uma independência novamente, sentir os pés vivos e inclinados no chão, se movendo; Isso sem sombra de duvidas e o que me faz dizer que sou um milagre e viver esse e nesse mundo feliz, por mais uma chance!
Esse é meu mundo o da vitória presente em mim!
